domingo, 26 de outubro de 2014

Era só chuva...


Acordei, dormi novamente, saí da cama. 
Saí da cama, comi o mundo e fui pra rua. 
Rua cinza, céu cinza, pessoas cinzas, um dia cinza. 
Voltei para casa e comi novamente, comi toda a minha insatisfação e como quem não aguentava mais a ordem das coisas, voltei para a cama, pois fazer algo que clareasse a mente estava fora do meu alcance.
Dormi. 
Já nem sonhava mais, dormindo ou acordada, já via tudo preto e branco, listrado e contornado. Passava reto nas esquinas onde tinha que virar, esquecia até mesmo de lembrar quem eu era. Que triste, não? 
Por sorte dias depois ao abrir a janela, vi que era só chuva... aquela que traz preguiça, nuvens carregadas, que esconde as pessoas as quais não querem se molhar... Era só chuva que fertiliza os solos, abastece os canais, limpa e purifica. Só então me dei conta que assim como ela chega, ela vai, pois não vivemos só de dias ensolarados. 
E da luz que saiu de mim, iluminei meu quarto, a rua antes cinza, as pessoas agora coradas, e o dia ainda meio nublado, mas que com certeza espera pela volta do sol. 
Nem tudo é dualidade, sol ou chuva, certo mesmo é o equilíbrio e a clareza de que as coisas são mutáveis e complementares, por isso estamos aqui.
Afinal era só chuva, e agora sempre foi só vida!  

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uruguai: lugar de calmaria

























No início do mês estive de mochila com uma amiga perambulando pelo Uruguai: Forte de Santa Teresa, Punta del Diablo, Montevidéu e Colônia, dias de inúmeras surpresas! Fomos como folhas soltas, livres e sem saber onde cairíamos... Não pesquisamos nada, mas sabíamos onde acabaríamos.
Tudo deu mais do que certo, quando pensávamos estar em apuros, aparecia uma pessoa iluminada para nos ajudar de bom grado, foi assim com todas as nossas dificuldades, nunca sozinhas. 
A simplicidade das pessoas, a organização de tudo, o silêncio e a natureza em meio a cidade... Quanto mais eu conhecia, mais me apaixonava e me entregava às situações. Apesar do cansaço de andar sem rumo todos os dias por horas e horas, tudo o que vi era gratificado com paz e felicidade.
Das paisagens naturais às pessoas lindas e iluminadas, não é atoa que o sol é um símbolo da bandeira uruguaia. Ter passado esses dias lá me fez sentir iluminada também! Com uma baita parceria que salvou com o espanhol e me acompanhou nas minhas loucuras que quem conhece sabe hehe.
O maior ensinamento que ganhei é que o mundo não é grande e diverso atoa, quando você busca aprendizado, conhecimento humanístico eu diria, você encontra e da melhor forma! Observando, conhecendo... Mas para isso é necessário sair, abandonar seu conforto, suas limitações. 
Então saia e aproveite para aprender com a vida! Vai ver que a calmaria não está só no Uruguai, e sim dentro de ti mesmo.