Acordei, dormi novamente, saí da cama.
Saí da cama, comi o mundo e fui pra rua.
Rua cinza, céu cinza, pessoas cinzas, um dia cinza.
Voltei para casa e comi novamente, comi toda a minha insatisfação e como quem não aguentava mais a ordem das coisas, voltei para a cama, pois fazer algo que clareasse a mente estava fora do meu alcance.
Dormi.
Já nem sonhava mais, dormindo ou acordada, já via tudo preto e branco, listrado e contornado. Passava reto nas esquinas onde tinha que virar, esquecia até mesmo de lembrar quem eu era. Que triste, não?
Por sorte dias depois ao abrir a janela, vi que era só chuva... aquela que traz preguiça, nuvens carregadas, que esconde as pessoas as quais não querem se molhar... Era só chuva que fertiliza os solos, abastece os canais, limpa e purifica. Só então me dei conta que assim como ela chega, ela vai, pois não vivemos só de dias ensolarados.
E da luz que saiu de mim, iluminei meu quarto, a rua antes cinza, as pessoas agora coradas, e o dia ainda meio nublado, mas que com certeza espera pela volta do sol.
Nem tudo é dualidade, sol ou chuva, certo mesmo é o equilíbrio e a clareza de que as coisas são mutáveis e complementares, por isso estamos aqui.
Afinal era só chuva, e agora sempre foi só vida!
Afinal era só chuva, e agora sempre foi só vida!
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